Novo relatório revela falta de responsabilização dos supermercados europeus na crise do plástico

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Novo relatório da Changing Markets Foundation, “Numa embrulhada: o que os supermercados europeus não nos estão a dizer sobre o plástico“, é o resultado da colaboração de mais de 20 ONG, de toda a Europa (membros do movimento Break Free from Plastic). Entre estas, a Sciaena contactou mais de cinco retalhistas portugueses através de um questionário que pretende avaliar a performance dos supermercados em três categorias: Transparência e desempenho; compromissos; e apoio à política governamental.

Dos 130 retalhistas europeus contactados apenas 39 (30%) responderam por escrito ao questionário e uma grande parte não respondeu a todas as questões colocadas. Como tal, 74 dos retalhistas europeus contactados foram avaliados, tendo sido selecionados aqueles cujo volume de negócios é maior, e com uma presença em pelo menos dois países europeus. Para uma análise mais completa foi também tido em conta as políticas governamentais de cada país em análise.

A pontuação média global alcançada pelos retalhistas nas três categorias foi de apenas 13,1 pontos (de um total de 100) (13% no que toca ao desempenho). Apenas duas empresas ultrapassaram os 60%, encimando a tabela. Estas empresas são o Aldi no Reino Unido com 65,3%, e o Aldi na Irlanda com 61%. As restantes empresas com maior pontuação ficaram significativamente atrás, com o Lidl no Reino Unido com 44,7%, o Carrefour em França com 41,7% e o supermercado biológico francês BioCoop com 37%, que constituem os cinco primeiros. No outro extremo da balança estão as 14 empresas que não receberam qualquer ponto, incluindo o Cora (Bélgica); BILLA e PENNY (Grupo REWE), o Coop e o Tesco (República Checa); a Maxima, Prisma e Selver (Estónia); o Leclerc (França); o Musgrave e Dunnes Stores (Irlanda); o Intermarché (Portugal); o Metro (Ucrânia); e o Carrefour (Espanha).

Em Portugal, nenhum dos cinco grupos de retalho em análise (Jerónimo Martins, Auchan, Intermarché, Aldi e Lidl) forneceu respostas significativas às questões colocadas neste relatório, revelando uma enorme falta de transparência na divulgação de dados quantitativos sobre a sua pegada plástica, assim como no seu posicionamento face ao apoio de medidas de mitigação obrigatórias como o sistema de depósito com retorno. A implementação desta medida conta já com um atraso de mais de dois anos, tendo o decreto-lei que procede à criação do SDR sido publicado em dezembro de 2018.

O relatório termina com recomendações para os retalhistas afirmando, numa nota positiva, que a realidade que observamos hoje não tem de ser a norma. O estudo indica que combinar as melhores práticas de todos os supermercados europeus analisados seria o suficiente para atingir uma pontuação de 82,7%, permitindo um aumento crucial do desempenho destes supermercados.

Relatório completo (em inglês) em https://changingmarkets.org/portfolio/talking-trash/

Lê o sumário executivo aqui

sciaena
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