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Virar a maré nos mares da União Europeia com uma recuperação verde

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Os oceanos cobrem quase ¾ do planeta, mas estamos apenas a começar a descobrir a verdadeira extensão desses ecossistemas e dos impactos que têm nas nossas vidas. O ambiente marinho gera até 2/3 dos serviços ecossistémicos fornecidos pelo capital natural do nosso planeta. Sabemos que o ambiente marinho e, naturalmente, a economia azul que dele depende são particularmente vulneráveis. A crise climática e da biodiversidade não ficaram suspensas devido à pandemia da covid-19 e continuam a precisar de atenção e ação urgentes.

Há um grande potencial na recuperação verde, onde os investimentos proporcionam um ambiente e uma economia mais saudáveis. Investimentos no meio marinho podem gerar retornos particularmente avultados. No entanto, estima-se que os governos de todo o mundo gastem mais de 22 mil milhões de dólares anualmente apenas em incentivos financeiros prejudiciais que fomentam o aumento da capacidade e outros subsídios à pesca. Os ecossistemas marinhos já estão à beira da rutura, mas a UE continua a investir nestes subsídios prejudiciais. O plano de recuperação verde da UE é uma oportunidade de ouro para garantir que esses recursos sejam redirecionados e contribuam para uma recuperação sustentável também no mar.

As políticas a longo prazo terão que permitir uma verdadeira recuperação verde. Serão mobilizados investimentos financeiros para mitigar a crise económica resultante da pandemia da covid-19 e alinhar a UE com as ambições do seu Pacto Ecológico Europeu. Deste modo, é crucial que o novo instrumento de recuperação, a próxima geração da UE e os programas de financiamento, como o FEAMP, permitam à UE enfrentar a crise ambiental a longo prazo e evitar compensações indesejáveis, melhorando simultaneamente as atuais perspetivas económicas da UE.

Este documento divide-se em exemplos de oportunidades de investimento, num esforço para ilustrar como é possível uma recuperação verde para os oceanos, por exemplo através de:

– Recuperar ativamente os ecossistemas marinhos, como a reconstrução de recifes de ostras e passagens para peixes em barragens costeiras;

  • Isto pode estimular atividades económicas em sectores como a construção marinha, aumentando a produção de peixes, melhorando a qualidade da água e recuperando ecossistemas ameaçados;

– Permitir atividades de pesca transparentes, responsáveis ​​e mais seletivas, aumentando a monitorização eletrónica remota (REM, na sigla em inglês)

  • Este tipo de tecnologia aumenta a transparência dos dados das capturas e melhora a confiança nas avaliações científicas

– Interromper a poluição por plásticos na fonte, através do investimento nos sectores de reutilização/aluguer/reabastecimento

  • Este é um investimento que só produz ganhos, cria oportunidades de emprego e impede fluxos de poluição prejudiciais que são caros ou impossíveis de limpar. 

A crise climática e da biodiversidade e a necessidade de reconstruir a economia da EU andam de mãos dadas. Não há razão para não investir num futuro verde para o oceano. Após o Pacto Ecológico Europeu, a Estratégia da Biodiversidade e a Estratégia Farm to Fork, os futuros compromissos financeiros que impactam os mares e oceanos devem continuar a basear-se neste momentum e a fazer o seu caminho nesta agenda política.

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