A Sciaena opõe-se a projeto de aquacultura em grande escala na Ria Formosa
13 de Dezembro, 2019
A Sciaena – Oceanos # Conservação # Sensibilização, manifesta o seu desacordo sobre a possibilidade de autorizar uma nova exploração de aquacultura de grandes dimensões no Parque Natural da Ria Formosa, com a denominação “Bivalves dos Areais”.
A Sciaena submeteu hoje o seu contributo ao processo de consulta pública relativo à requisição de instalação de um estabelecimento de aquacultura no interior do Parque Natural da Ria Formosa, denominado “Bivalves dos Areais”. A ser autorizado, o projeto permitiria a instalação de estruturas de produção e engorda de duas espécies de ostra e de amêijoa, por um período que pode ir até 50 anos, numa área extensa de aproximadamente de 10 hectares, em frente à Ilha da Culatra.
A Sciaena tem como uma das suas principais prioridades a conservação da Ria Formosa, de forma de salvaguardar as diversas funções essenciais que ela possui, e também permitir uma exploração sustentável dos seus recursos, baseada no melhor conhecimento científico e assegurando a minimização dos impactos ambientais. É também importante para a Sciaena a integração das diversas atividades económicas e humanas que decorrem neste Parque Natural.
Após uma análise cuidada, a Sciaena considera que o projeto não deve ser permitido.
Os principais motivos do desacordo devem-se aos impactos em todo o ecossistema que uma exploração intensiva de bivalves na escala prevista poderá causar, nomeadamente nas pradarias de ervas marinhas, um habitat essencial para várias espécies comerciais e para um dos mais ameaçados e icónicos habitantes da Ria Formosa – o cavalo-marinho. Preocupa-nos igualmente o facto da zona prevista para o projeto conter um banco natural de produção de bivalves atualmente explorado pelas populações locais que, privadas deste local, teriam de procurar outras zonas para desenvolver a sua atividade, com impactos económicos consideráveis mas também ambientais.
Como entidade interessada e ativa na região, a Sciaena está interessada em promover e participar num debate mais alargado sobre o futuro da produção de bivalves na Ria Formosa, que pode passar pela reativação e renaturalização de zonas de produção atualmente desativadas, em alternativa a novas explorações, nomeadamente de grande escala.